sexta-feira, 29 de maio de 2009

Teste Virtual – Volvo XC60 D5

Volvo XC60 D5 “Da Suécia com Amor!”

Os SUV sempre me causaram alguma confusão. Não são bem um carro, nem cumprem a tarefa de um TT puro e duro. Nunca percebi bem a funcionalidade deste tipo de carro.
Um compromisso criado pelos americanos, de ter um carro com o formato de TT, mas que a maioria dos argumentos o tornam mais apto para a estrada.
Os primeiros SUV começaram a surgir nos anos 90 em Portugal, e desde aí o crescimento foi gradual, todos os construtores começaram a apostar nesta fórmula, desde os SUV mais compactos, até ao aparecimento de versões desportivas, luxuosas enfim quase todos os segmentos têm um SUV equivalente.
Ou seja está bem na hora de ter um contacto mais profundo com estes carros complicados, e o que me calhou em sorte, foi um Volvo XC60, neste caso motorizado pelo D5 da casa Sueca, será que por fim vou render-me ao conceito, ou irei ficar de vez vacinado contra estes híbridos!?



Estética

O XC60 faz parte de um “sub-segmento” no mundo dos SUV comercializados em Portugal, os SUV médios Premium, e apenas tem como adversários mais três modelos: BMW X3, Audi Q5 e Mercedes GLK. Cada um dos quatro adopta os valores da sua marca ao nível estilístico, sendo que são facilmente reconhecidos ao longe, e no caso do Volvo é ainda mais notório.



A grelha de generosas dimensões, com o brasão da marca, os faróis com a configuração habitual na Volvo com os piscas laranja e ditam o ponto de partida para uma linha de cintura bastante elevada, dando um ar seguro e robusto ao XC. A partir do pilar centra cria-se uma separação ainda mais óbvia entre zona vidrada e o restante da carroçaria, sendo que na traseira é evidente que a zona vidrada é bem mais estreita , dando um ar elegante e musculado à traseira deste SUV. A traseira é de belo efeito, com os farolins colocados ao alto, bastante finos e elegantes.
Em suma o XC60 é bastante bonito, musculado e elegante, durante o período do teste as senhoras não lhe resistiam, tecendo-lhe rasgados elogios, ao seu aspecto bonito e de traço fino, de certa forma algo americanizado, com alguns cromados que iam contrastando com a cor negra da nossa unidade.
Enfim desportivo q.b. sem cair em exageros, à bela maneira sueca.

Interiores

Em termos de interiores, hoje em dia poucas marcas se podem bater com a Volvo em termos de bom gosto, materiais, funcionalidade e montagem, os Volvo com que tenho tido contacto, marcam muitos pontos em todos os itens acima referidos, e o XC não é excepção.
A disposição dos comandos é a normal nos carros da Volvo, os habituais comandos da climatização onde se esperam, o auto-rádio, e os gadgets de condução controlam-se com facilidade e de forma intuitiva, levando apenas alguns minutos para nos ambientarmos.
O AC bi-zona, o sistema de som Dynaudio, e a navegação revelam-se equipamentos de primeira classe, aumentando ainda mais a sensação de bem estar dos ocupantes, a pele clara que equipava a nossa unidade dá um toque extra de requinte.



O espaço não apresenta problemas de maior, o XC não é nada acanhado e acomoda 4 adultos e as suas bagagens sem problemas de maior, o espaço para pernas no banco traseiro é bom, e este apresenta um desenho mais adequado a dois adultos, sendo que na versão testada, há um apoio de braços com suporte para dois copos, saídas de ventilação e som para auscultadores com controlos independentes para os passageiros, porque o sistema de som permite que se vejam Dvd’s a partir de uma “drive” instalada sob o fundo falso da mala, aliás debaixo do alçapão, encontram-se ainda dissimulados um amplificador e os woofers que levam a experiência auditiva a níveis pouco habituais num carro de série!



Nota ainda para o sistema mãos livres 100% que basta ter o comando no bolso para pôr o XC em funcionamento, o comando eléctrico e à distância da porta traseira, bancos da frente eléctricos, navegação com comando à distância.
Se acham agradável de fora para dentro, vão adorar o XC60 de dentro para fora.


Condução

Se alguma vez perguntarem a quem tenha conduzido um XC60, que tal a experiência e se este não voz sorrir de volta (de uma forma positiva!), algo está mal com essa pessoa!
Ora bem, no início o SUV júnior da Volvo parece grande e algo pesado, mas isto é apenas a primeira impressão, aliás são tantas as dimensões de condução que se podem escolher, que por vezes em menos de um minuto, passamos do TT, para o passeio para depois solicitarmos o XC60 de forma mais desportiva no alcatrão, e ele não desilude em nenhuma delas, também confesso que não tive coragem de levar o XC60 para trilhos muito exigentes, as jantes 19’’ não me pareceram as mais adequadas para esse fim.
Os comandos do Volvo apresentam-se leves e rápidos, esta caixa de seis velocidades apresenta-se mais agradável e rápida que a da V70 2.0D, embora preferisse a embraiagem da carrinha Volvo, porque a do XC apresenta um curso algo longo, mas a rapidez da caixa compensa isto facilmente. A direcção é algo lenta, mas não transmite mais do que deveria sem que isso indique que hajam faltas de precisão.
O motor D5 apresenta um pulmão enorme, e uma sonoridade aveludada, entre a música de um V6 e o bater anónimo de um 4 cilindros, o 5 cilindros Volvo tem um trabalhar entusiasmante, e uma subida de rotação decidida… Até ás 2000rpm parece um gatinho, mas a partir daqui apresenta as suas credenciais subindo com vigor bem para lá das 4000rpm já com um rugido assinalável, mas nunca incómodo.



Os modos do XC60 em estrada são três, e aqui a Volvo escolheu facilitar a vida aos seus clientes, escolheu 3 afinações possíveis, deu-lhes três nomes e está feito, ao invés de dar uma infinidade de possibilidades de escolha através de menus complexos, aqui optou-se pelo caminho da simplicidade. Mas note-se que os modos são bastante distintos. No modo COMFORT, o XC é pacato, pouco informativo, mas acima de tudo bastante confortável. SPORT o SUV da Volvo torna-se mais rijo de suspensões curva de forma mais composta e eficaz a meio termo para, o modo ADVANCE. No modo mais extremo do chassis o XC transmite praticamente tudo o que se passa na estrada para o habitáculo, mas com a vantagem de curvar de forma surpreendente, independentemente do tempo que se faça sentir, ele transmite muita confiança e permite algum divertimento a mais do que seria de esperar e controla bem melhor o balancear da carroçaria, que neste modo é virtualmente nulo.



Durante o nosso teste chegámos a testar o “City Safety” da Volvo, sistema que minimiza e até evita embates a velocidades inferiores a 40Kmh, e no meu caso evitou mesmo, devido a um veículo que se atravessou em frente do XC o sistema de segurança funcionou em pleno, justificando o bónus que as seguradoras dão ao “pequeno-suv” Volvo. Outro sistema bastante válido, é o “Cruise Control Adaptativo” funcionado de forma perfeita, sendo fácil e bastante eficaz em viagem e mesmo no dia a dia.
Em termos de consumos, e com um andamento bastante heterogéneo o D5 acusou um consumo a rondar os 8,5L/100kms com algum tráfego urbano e alguns andamentos em AE rápidos e com o AC ligado.

Veredicto

Eu bem que queria continuar a odiar os SUV, e de certa forma vou continuar, mas vou abrir uma excepção para o XC60.
Pelo seu ar imponente, pelo seu bom coração e aquele sentido protector que só os Volvo têm, para já é o único SUV que entra na minha lista!
E desde já percebi os SUV, como desportivos para todos os terrenos e para todas as estações, combinando o que de melhor têm os jipes e os carros de estrada, pelas vantagens que o tipo de carroçaria que usam lhes confere, embora tenham alguns inconvenientes, o factos de as vendas terem vindo a evoluir quer dizer algo!
Uma chamada de atenção para o facto de o XC ter baixado e muito de preço de acesso, com um valor a rondar os 43mil€ conseguimos ter um dos melhores deste segmento, senão o melhor mesmo!



Enfim, vou gravar o ruído e resposta do 5 cilindros, a qualidade do sistema Dynaudio, e os olhares e sorrisos que o XC consegue arrancar ao sexo feminino, é um pacote bastante completo vendido pela Volvo e vem da Suécia com amor!

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