segunda-feira, 27 de abril de 2009

Teste Virtual – Peugeot 107 1.0i 5p Trendy

Teste Virtual – Peugeot 107 1.0i 5p Trendy “A ferramenta para a cidade”

O Peugeot 107 faz parte de um trio (C1/Aygo/107), que saiu da parceria PSA (Peugeot/Citroen) com os nipónicos da Toyota. O 107 é a interpretação da Peugeot do segmento A, ou seja a forma mais pequena e básica da interpretação do automóvel de passageiros, e aqui o básico não tem nenhum sentido pejorativo, é mais um automóvel “descomplicado” e simples apenas com o propósito de ser o mais leve e prático, ocupando o mínimo de espaço e poluindo o mínimo indispensável.

Estética

O 107 é um daqueles carros que nos faz sorrir ao olharmos para ele. A própria frente do carro, exibe um enorme sorriso de volta, com um pára-choques volumoso, de resto o 107 parece ter um perfil de monovolume, a frente é bastante compacta, a traseira é cortada a direito, com a original tampa da mala em vidro. O desenho do 107 é bastante engraçado, tem um ar encorpado, e com alguns detalhes Peugeot, os faróis e a grelha por exemplo, dão aquele ar felino típico dos carros da marca francesa. Uma nota para as portas traseiras, se eliminarmos o puxador da porta traseira, o 107 fica com o desenho idêntico à versão de 3p, e isto está relacionado com um pormenor dos interiores, que nunca tinha visto num carro de 5p, que depois revelo na secção dos interiores. Mas fica aqui a nota positiva relativo ao item estética, mesmo que a nova barra cromada inserida na grelha seja algo excessiva, mas conjugada com certas cores, até fica engraçada.

Interiores

Os interiores do 107 têm um sabor a diversão, tem muitos locais de arrumação embora nenhum deles com tampa, as portas exibem orgulhosamente grandes quantidades de “chapa” com a cor da carroçaria dando outra vida ao ambiente a bordo, a qualidade dos materiais é o que se esperaria neste segmento, plásticos duros mas bem montados, o 107 não desilude na qualidade de vida a bordo. Os bancos dianteiros têm um aspecto, tipo baquet integrando o encosto de cabeça embora merecessem um pouco mais de apoio lateral, os comandos da ventilação são compostos por um cilindro branco, com duas hastes de regulação de fluxo e temperatura do ar, com uma disposição original e de noite tem um efeito giro. A versão testada, vinha equipada com AC, auto-rádio com entrada para leitor de MP3, fecho central com comando na chave, direcção assistida eléctrica, ABS e air bags frontais e laterais.
O painel de instrumentos, é simples, contendo uma série de luzes avisadoras, o velocímetro, e o conta-rotações acima deste numa haste, e em posição de destaque, dando mais uma pincelada de originalidade ao interior do pequeno leão.
Em termos de habitabilidade, é correcta, os bancos traseiros vêm já com o sistema ISOFIX, e a cadeira para os infantes cabe sem problemas de maior, o 107 será sempre um carro para 4 adultos e diga-se de passagem com pouca bagagem, a mala é suficiente para um fim-de-semana a dois, ou para uma ida às compras, mais do que isso já será necessário rebater os bancos, e aí o rebatimento 50/50 dá muito jeito.
É verdade, o tal pormenor que nunca tinha visto num carro de 5p, prende-se com o sistema de abertura dos vidros traseiros, que abrem em compasso, a exemplo do que se verifica na maioria dos carros de 3p, é apenas um pormenor, mas mostra como é prático e simples. O 107 tem o “descomplicómetro” no máximo!

Condução

Desde o quilómetro 0, o 107 induz uma sensação de facilidade e leveza, os comandos são leves e simples de operar, a caixa é precisa e os pedais têm a resistência certa para serem operados vezes sem conta no tráfego urbano. O ruído do tricilindrico 1.0 de 58cv faz-se ouvir dentro do habitáculo, mas nunca se torna incomodativo demais e aproveitando o facto de estar a falar do motor, este 1.0 tem algum nervo, ok não é nenhum desportivo, mas é espevitado e consegue meter o 107 a velocidades acima do limite legal com uma facilidade de certa forma surpreendente, e a faixa óptima deste motor encontra-se nos médios regimes ao contrário do que se poderia esperar, mas como seria de esperar a alta velocidade a estabilidade e sensibilidade a ventos laterais faz-se sentir.
Em termos de consumos e durante o nosso teste o valor ficou próximo dos 5,3L/100kms, com algum trânsito urbano e auto-estrada pelo meio, e as emissões deste carrinho situam-se nos 106g/km de Co2, um valor dos mais baixos para um “carro a gasolina convencional”.
Em termos de comportamento, o 107 é bastante seguro e previsível, em curva segura-se bem tendo em conta a quantidade de borracha de que dispõe, e a tal leveza de que falava, torna-o perfeito para serpentear pela cidade fora entre o trânsito, e devido ao tamanho reduzido, pode ser arrumado em virtualmente qualquer lugar!

Veredicto

O 107, tem muitas virtudes, e cumpre todos os objectivos a que se propõe, o de ser a tal ferramenta básica para atacar a cidade. Apresenta consumos baixos, facilidade de condução, baixas emissões, versatilidade e habitabilidade correctas e a tal alegria que transmite, não sendo mais um utilitário cinzento, mas tendo sempre um sorriso rasgado! À medida que as cidades vão crescendo, carros como o 107 vão fazendo mais sentido, e com um PVP da versão base a rondar os 10500€ para esta versão de 5p e de 8990€ para o 3p, é uma boa forma de entrar no mundo motorizado de 4 rodas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Teste virtual – Mazda 2 3p 1.4 MZ CD Sport

Mazda 2 3p 1.4 MZ CD Sport -- “Zoom-Zoom a abelha citadina”

O Mazda 2 é um utilitário galardoado, traz debaixo do cinto o título de carro do ano mundial 2008. É mais uma proposta que tenta convencer uma grande franja do mercado, aqueles que procuram um carro de tamanho comedido, económico, acessível e que lhes permita uma liberdade de movimentos ampla dentro da cidade, sem grandes preocupações na altura de estacionar devido ás dimensões compactas, sem que isso comprometa a habitabilidade.

Estética

O 2 poderia ser uma medida, do design da Mazda, facilmente se reconhecem os traços de família, os faróis rasgados, as linha arredondadas, com grandes superfícies limpas e a linha de cintura elevada pautam o desenho do utilitário japonês, é um design muito feliz e harmonioso, sendo que a data de validade do mesmo é larga. É um dos desenhos mais felizes no segmento, com umas linhas algo femininas e ao mesmo tempo atléticas, desde o Mazda 121 dos anos 90’ que a Mazda não tinha um utilitário tão apelativo, porque tem a imagem Mazda bem espelhada em cada pormenor que ostenta.

Interiores

A versão ensaiada, com o acabamento Sport, tem uns interiores engraçados e sérios ao mesmo tempo. Engraçados pelo desenho do painel, com fundo dos manómetros brancos, a consola central arredondada, e um rádio CD/MP3 com entrada para Ipod que nos saúda com um “Hello” a cada vez que o ligamos, a parte séria está relacionada com as cores utilizadas, muito escuras, que casavam muito bem com a cor negra da nossa unidade de testes. Em termos de espaço, o 2 de 3p tem umas cotas interiores bem razoáveis, sendo que senta 4 adultos sem problemas de maior, a utilização de cadeiras para bebé também se faz sem grandes problemas, a maior limitação é mesmo do conceito das 3 portas e não do Mazda 2 em si, a mala também não compromete, sendo que tem um formato regular e o rebatimento do banco traseiro permite tornar o “zoom-zoom 2” num pequeno comercial. Em termos de materiais, é um típico carro japonês, ou seja os materiais não são os melhores em temos de toque, alinhando pela média do segmento, mas ao nível da montagem está impecável, nem os pisos mais degradados conseguem tirar um gemido ou queixume que seja dos plásticos do Mazda, e dá uma sensação de que se irá manter assim durante a sua vida útil. Mais uma nota positiva para o Mazda.

Condução

O melhor elogio que posso fazer ao carro testado, é que é uma ferramenta citadina engraçada de utilizar. Os pedais, direcção e caixa são leves e fáceis de utilizar, os comandos no volante da nossa unidade, acrescentam mais facilidade, sendo que se controlam computador de bordo e rádio com um só dedo.
Em termos de condução em si, o Mazda 2 é bastante engraçado e irrequieto, dando a impressão que por vezes a direcção responde mesmo antes de virarmos o volante, é bastante leve e directa como se quer num carro que tem de trocar de faixa num ápice, e enfrentar o trânsito compacto, efectuando gincanas em hora de ponta. Ao inserir o Mazda em curva, e apenas reportando-me à versão testada, o carro tem uma frente obediente, sendo que quando abusamos, a frente dá um aviso de que o estamos a fazer, para depois a traseira mostrar que está lá para ajudar a tornar as coisas mais divertidas, mas confesso que 99% das pessoas que compram o Mazda 2 diesel não vão andar a fazer estas acrobacias, mas fica aqui nota de que ele também é bom para a brincadeira!
O motor 1.4 diesel é muito honesto e comedido nos consumos, durante o nosso teste registámos médias a rondar os 5L/100km, com tráfego urbano, alguma Auto Estrada e IC, mas há uma grande margem para reduzir este valor, basta ser-se mais racional a chamar pelos cavalos, em termos de consumos instantâneos, a rolar em 5ª em IC a cerca de 80Kmh conseguimos valores abaixo dos 3L/100km. Em termos de temperamento, é um motor que não entusiasma como seria de esperar, mas tem uma resposta interessante entre as 2000/3000rpm, pareceu-me a faixa óptima de utilização, sendo que abaixo deste valores é muito amorfo, e acima das 3000 rpm, não acrescenta muita coisa em termos de andamento, é nestas 1000/1500rpm que o 1.4D mostra o seu vigor. Mas a nota que fica é mesmo na economia, surpreendente…

Veredicto

Como diz o título do teste, o Mazda 2 é uma abelha da cidade, engraçado tanto a nível estético como em termos de condução, é um carro que cumpre com o que promete no papel, estaria sempre na minha “short-list” de carros a comprar no segmento, pela racionalidade e a fiabilidade associada à Mazda, dá a impressão que poderíamos fazer o roteiro de todas as capitais mundiais ao volante deste carrinho, sem ele falhar nunca, e pelo preço pedido que nos parece bastante ajustado, a versão base tem um preço a rondar os 17mil€, parece-me que a Mazda começa a apontar ao topo do segmento, e como “primeira” tentativa é uma questão de tempo até se aproximar dos melhores.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Teste virtual -- Vw Scirocco 2.0 TSI DSG

Teste Virtual – Vw Scirocco 2.0 TSI DSG “O diabo de Palmela”

Este é aquele tipo de teste, que sinceramente, me roubam um bocado o sono no dia antes de ir buscar a viatura, o Vw Scirocco. O Scirocco, irmão gémeo falso do IROC, protótipo que lhe deu origem, ressuscita uma designação que faz parte do acervo da Vw, que no passado já foi usada num pequeno hatchback disfarçado de coupé. Tal como o seu antecessor espiritual, o Scirocco actual joga nas duas equipas, ou melhor tem características de ambos os tipos de carroçaria.
Este carro roubou-me parte do sono, porque sempre o admirei, pelo arrojo estético, e neste caso particular tem dois brindes mecânicos dos quais sou fã… O motor 2.0 TFSI 200cv e a belíssima caixa DSG 6, mas vamos iniciar o teste…

Estética

O Scirocco, é daqueles carros que dão gosto apreciar, não é bonitinho e engraçadito, é um carro do sexo masculino, sem ponta de feminilidade, aliás minto, visto de traseira alguns poderão ver algumas características femininas no desenho do Sci...
Mas eu vejo-o de forma diferente, vejo-o como um Vw Golf 3p, que começou a frequentar um ginásio, másculo e musculado, de ombros largos. Visto de frente o Scirocco parece estar zangado de olhos semicerrados a tentar intimidar o resto do parque automóvel, nota muito positiva para a nossa unidade, que vinha pintada num imaculado branco e com as espectaculares jantes 18’’ Interlagos. Enfim é o enfant térrible no alinhamento da Vw, bastante diferente de todos os outros, e mais à frente vamos perceber que não é apenas no aspecto visual.

Interiores

Ao nível dos interiores, sentimos uma atmosfera em que muito é partilhado com Golf e Eos, ou seja perdemos algo em termos de originalidade, mas cedo percebemos, que o Sci não é um carro de flores e floreados, é um carro sério e de coração algo duro, é aquela faceta de másculo a voltar a sobressair.
O sentimento de que tudo está perfeitamente montado, é omnipresente, aliás um aplauso à “Autoeuropa” pelo trabalho que se encontra de muito bom nível, não há ruídos parasitas, apenas a sensação de solidez.
A posição de condução é perfeita ajudada pelas múltiplas regulações do banco do condutor, sendo que o volante também é regulável em altura e profundidade e ambos facilitam e muito a convivência com o “diabo de Palmela”, permitindo uma posição de condução confortável, baixa e com um feeling muito desportivo, como que encaixados no carro. Notas muito positivas para o sistema RNS que equipava a nossa unidade, com ecrã táctil é muito versátil e válido, incluindo rádio, navegação e controlo sobre os elementos multimédia, bem como o tecto panorâmico que diminui a sensação de claustrofobia que se poderá apoderar dos mais sensíveis.

Condução

Bem, devo confessar que este era o ponto que mais me interessava explorar no Sci, os anteriores são mais para contextualizar o carro, mas aqui se faz a diferença, e o Scirocco pode provar se é mais um menino bonito do mercado, ou se realmente o aspecto tem algo a ver com o conteúdo…
O maior elogio que posso fazer ao Sci, é que o conteúdo e a forma como se comporta, são o espelho do que promete ao nível estético, e se olharem bem para um Scirocco, percebem o que quero dizer, especialmente nesta versão 2.0TSI, em que as capacidades ao nível prestacional são de muito bom nível.
Passando a coisas sérias, o motor é bastante solícito, e sinceramente não lhe consigo encontrar um ponto fraco, em baixos e médios regimes é pujante, sendo que em torno das 5000rpm, há ali algo que muda no Sci, e revela uma segunda vida que dá um novo empuxo à aceleração levando-nos ás 7000rpm (regime de corte) muito rápido, sendo que há que prestar atenção ás velocidades, porque o difícil é não transgredir, sem dar conta estamos a circular a velocidades bem acima do permitido por lei. Muita desta facilidade vem do facto da nossa unidade, trazer aquela pequena maravilha, a caixa DSG. Esta caixa de 6 velocidades e dupla embraiagem, é rapidíssima, e permite-nos seleccionar uma série de opções, mas em modo Sport é realmente outro carro. Outra excelente ferramenta de condução é o amortecimento regulável, e as diferenças ao nível do comportamento, são evidentes, no modo “comfort”, temos uma aproximação ao amortecimento de um Golf, no outro extremo temos o “Sport”, e aqui entramos na “zona Scirocco”, sendo que tudo muda no pisar da estrada, o carro torna-se mais dinâmico e excitante.
Há dois modos de conduzir o Sci, se formos conservadores ele alarga um pouco a trajectória na saída das curvas e é perfeitamente seguro de conduzir rápido, e depois há a forma correcta, que é agarrar o Scirocco pelo pescoço, e tentar travar mais tarde, provocar a traseira, ou seja imaginem que o Sci é um cão, se o fosse, seria um “Bull-terrier” ou um “Staffordshire”, largo e pujante, com o peso bem distribuído e os pneumáticos Pirelli Pzero Rosso na medida 235/40 18 fazem maravilhas e estão colocados bem nos extremos da carroçaria. É preciso abusar mesmo a sério para o Scirocco executar umas derivas de traseira, mas faz em perfeita segurança. A banda sonora que acompanha este bailado com o “bodyduilder de Palmela” é entusiasmante, o 2.0 TSI surge com um ronco autoritário, é mais que um ronco, é um rosnar agressivo que será bem apreciado pelos entusiastas, mas o andamento é proporcional ao ronco, não restem dúvidas acerca disso.

Veredicto

O Scirocco ganhou mais um fã, é para mim a evolução do conceito GTI para algo mais focado, menos família e mais condutor. É um carro que pelo seu posicionamento, tem vários adversários, entre os generalistas e os Premium, sendo que o Sci apresenta-se como um carro equilibrado, perfeitamente utilizável no dia-a-dia, com tanto de confortável e relaxante como de raivoso e nervoso, bastando para isso que apertemos alguns botões e tenhamos espírito para o enfrentar… Numa palavra: “Grrrrrrrrrrrrrrr”

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Teste virtual – Peugeot 407 Sw 1.6Hdi Wip-Com

Peugeot 407 Sw 1.6Hdi Wip-Com “Mademoiselle Tech”

Neste teste, fomos tomar o pulso a uma das carrinhas mais maduras do segmento D, uma das representantes da boa escola francesa dos carros familiares, a Peugeot 407 Sw, aqui na versão de topo da motorização 1.6 Hdi 110cv, a versão Wip-Com.

Estética

No mercado desde 2004, a 407Sw, surgiu com um design original, frente longa e mergulhante e com um tamanho generoso, faróis rasgados e volumosos, e a grelha característica da Peugeot a pautar a frente. É um desenho agradável, e embora já tenha alguns anos de mercado, não se encontra saturado, sendo que tem envelhecido de uma forma graciosa.

Interiores

Aproveitando bem o tamanho generoso da carroçaria, a 407 Sw, oferece cotas interiores generosas, havendo muito espaço para passageiros e bagagens, os bancos são muito confortáveis parecendo mais uns maples da sala de estar, do que uns bancos normais de um automóvel, convidando o condutor e restantes passageiros, a uma postura relaxada e descansada. O tecto panorâmico embora parecendo um acessório que não acrescentaria muito à partida, neste carro, amplia a sensação de espaço e aumenta a qualidade de vida a bordo, através da luminosidade que permite.
O nível de equipamento desta versão Wip Com, tem tudo o que se poderia esperar de um carro deste segmento e acrescenta pormenores tecnológicos interessantes e práticos, navegação Wip Com, que integra GPS, Telemóvel mãos livres e um sistema de som de excelente qualidade, com possibilidade de ligação a leitores de MP3 portáteis para além desta capacidade vem munida de uma memória de 30GB de capacidade, sendo que 10 são dedicados só para a música, aumentando ainda mais a versatilidade ao nível de quem usa o carro como um escritório, e a possibilidade de transformar o banco do passageiro em “mesa”, não é de todo inocente. Uma nota positiva para o sistema de radar de estacionamento, com sensores à frente e atrás, que permite controlar bem as distâncias, e é bem útil, devido ás dimensões da 407.
Os pormenores práticos e de conforto, estão todos lá, cortinas atrás, compartimentos refrigerados, ar condicionado bi-zona, abertura parcelada da 5ª porta, enfim, não foram feitas concessões ao nível do conforto.

Condução

Ao nível da condução, a 407Sw com a motorização 1.6 Hdi, é uma carrinha honesta, oferece performances normais para o nível de relação peso/potência de que dispõe, e uns consumos excelentes desde que bem utilizada. A carroçaria não apresenta um rolamento exagerado em curva, e segura-se muito bem, mantendo os pergaminhos da Peugeot neste campo, ou seja o binómio comportamento/conforto está no ponto ideal, permitindo curvar depressa com controlo total e serenidade, sendo que os passageiros nem se apercebem das velocidades que o condutor imprime na condução, e o Esp raras vezes é chamado a intervir! Nota muito positiva para o 1.6 Hdi, que mantém intactas as suas capacidades ao nível do pouco ruído de funcionamento, que permite aumentar ainda mais a qualidade de vida a bordo. Em suma, é uma Sw honesta, em que os comando apresentam o peso ideal, a ergonomia foi muito bem estudada, sendo que todos os comandos se encontram onde seria de esperar, é muito fácil de conduzir, desde que se tenha em atenção as dimensões de respeito que a 407 Sw apresenta…

Veredicto

Os dias em que tive ás minhas ordens a 407 Sw, foram dias calmos, que me reduziram o stress, porque é essa a postura que esta break nos incute, a calma, maturidade e serenidade, são as pedras de toque, que sempre fizeram parte dos familiares Peugeot, esta versão Wip-Com apenas acrescenta um lado Tech a esta fórmula acertada. Para quem privilegia o conteúdo sobre a forma, e quem pretende acima de tudo um “pacote dinâmico” que está bem temperado, entre o comportamento e o conforto. Em suma e resumindo, é uma senhora bem comportada, com classe, sóbria e com um leitor de Mp3 escondido na carteira.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Teste virtual -- Vw Golf VI TSI 122

Vw Golf VI TSI 122 “O príncipe perfeito”

Nesta edição ensaiamos o líder do segmento C, o Vw Golf VI na sua versão TSI de acesso, o 122. Mais do que tudo é o ensaio ao benchmark do segmento, aquele que todos os adversários querem igualar.
O Golf é para a Vw um dos modelos mais importantes do alinhamento. Existente na Vw desde 1974, o Golf surgiu como substituto do agora clássico “Carocha”, foi uma grande responsabilidade, mas as 6 gerações deste modelo provam que foi uma aposta acertada

Estética

Em termos estéticos, o Golf VI não é inovador, é o 6º capítulo de uma saga de sucesso, e prudentemente e parece-nos acertadamente a Vw preferiu actualizar o conceito, ao invés de chocar e rasgar com o passado. Se olharmos para os dois últimos modelos da saga percebemos que o VI é a actualização lógica de um best-seller, utilizando elementos de outros modelos, como a traseira de certa forma decalcada do SUV Touareg, mas em suma podemos assumir o novo Golf como o materializar de algum classicismo que sempre fez parte desta gama, e alguma modernidade.

Interiores

As palavras que nos assaltam, assim que assumimos o posto de condução, é qualidade, e mais qualidade e ainda mais qualidade. Este é um dos pontos em que o Golf sempre foi referencial, e no VI a Vw foi ainda mais além, desde a montagem impecável, materiais de boa qualidade, a percepção é de que estamos num carro feito com alta engenharia e com um nível de acabamentos acima de qualquer suspeita, sendo que o tablier parece ser feito de uma só peça, tal o rigor empregue.
Em termos de espaço o Golf alinha pela equipa dos mais generosos do segmento, no banco traseiro a palavra de ordem é espaço para todos, sendo que acomoda adultos de maior estatura sem qualquer problema.

Condução

Ao nível da condução o Golf não deixa os seus créditos por mãos alheias, apresenta-se seguro, controlável e contrariando a tendência de gerações anteriores muito confortável, quer ao nível acústico, bem como ao nível de isolamento das imperfeições da estrada é um carro que apela ao gozo de condução mas de uma forma pacífica e pacata, a forma como ele respeita as indicações de quem vai ao volante sem hesitar, e com a ajuda do ESP para manter tudo sobre controlo, as viagens neste carro assumem-se como conforto acima de tudo, se bem que se for levado ao limite este Golf consegue proporcionar alguns momentos engraçados, mas sabemos bem que para isso haverão versões mais indicadas no modelo Golf. Em suma este carro é a síntese e o ponto de equilíbrio entre um carro confortável mas mesmo assim bastante dinâmico. Para o fim guardei as impressões sobre o motor, sendo um TSI de 2ª geração o 122 brinda-nos com uma suavidade de funcionamento muito boa, e não muito audível, aumentando o conforto. Mas como um motor turbo é sempre um motor turbo, este não foge à regra e quando é para andar depressa, ele responde bem, nunca faltando energia para levar a carroçaria do Golf para velocidades bem para lá do razoável, com uma facilidade inesperada, mas sem aquele empuxo bruto dos turbo de antigamente, mas sim com uma força contínua agradável e doseável. Uma palavra para os consumos, que nunca chegam a assustar, numa utilização com velocidades constantes e dentro dos limites conseguimos médias a rondar os 7L/100, andamentos vivos resultam em consumos a rondar os 8.5L, de uma forma geral é um motor poupado para o nível de andamentos que pode proporcionar.

Veredicto

Mais líder, é a síntese deste produto, a Vw soube melhorar um dos campos que foi criticado no Golf V, os materiais e a montagem (pelo menos numa fase inicial), que nesta geração estão impecáveis, sendo que a Vw reviu em baixa os preços, que agora alinham com a concorrência, eliminando uma das pechas do Golf. Ou seja estão reunidas as condições para o “princípe perfeito” continuar a reinar no segmento C, numa palavra solidez.

Teste virtual -- Lancia Delta 1.4 Tjet 150

Lancia Delta 1.4 Tjet 150 “O Italiano tranquilo”

Este era um teste que aguardava com alguma expectativa, embora não seja o maior fã de carros familiares, o Lancia Delta tem sempre um cantinho especial, no coração de qualquer entusiasta auto, quer seja pelas versões mais aguerridas que já são plenamente aceites como clássicos, bem como a carreira desportiva no mundial de ralis onde ganhou seis campeonatos do mundo consecutivos, e a longevidade de ter estado em produção desde 1979 até 1994, apenas com algumas actualizações aqui e ali.
Mas o carro que trazemos aqui hoje, é bem diverso do original, não só na forma como é óbvio, mas também na missão, filosofia e conteúdo, mas não deixa de ser um carro interessante de conhecer, digo mesmo é um carro surpreendente…



Estética

Este é um campo, onde a Lancia apostou forte com o Delta, e para dizer isto de um carro italiano, é porque a estética está mesmo inspirada. É um carro que se vai conhecendo e percebendo, que não é a função que fez a forma, nem o inverso, apenas se quis fazer um carro inspirado e de certa forma clássico com a grelha Lancia em local de destaque, bem como apresenta pormenores vanguardistas como os farolins traseiros, e os deliciosos Leds que compõem os faróis diurnos.
É um carro que se assume pela diferença, e a julgar pelas cabeças que se vão virando à medida que ele passa neste campo a Lancia acertou em cheio, embora não seja do agrado de todos, de certeza que ninguém ficará indiferente ás linhas suaves e belas do Delta.



Interiores

Ao assumirmos o lugar do condutor, e assim que fechamos a porta, o som abafado com que somos brindados, praticamente isola-nos do exterior. Os bancos são amplos e confortáveis, o nosso carro de teste no nível de acabamento Platino, é um carro que gosta de ser tocado, apresenta materiais de boa qualidade no tablier com a sensação de estarmos a tocar pele, que está presente nos bancos em combinação com Alcantara, bem como no volante e travão de mão. Mas o grande choque acontece quando se abre a porta para se aceder ao banco traseiro, para sermos justos temos de considerar um sofá, eu com os meus 1.84mts de altura consigo cruzar a perna sem tocar nos bancos da frente, o banco é suficiente para 3 adultos, ainda com a possibilidade de o fazer deslizar sobre calhas longitudinalmente, escolhendo-se entre um maior nível de habitabilidade, ou uma capacidade da mala maior, que apresenta uma capacidade de 380L com o banco na posição normal. Em termos de equipamento, o nível Platino é super-completo, e o nosso carro de teste ainda apresentava o tecto Gran Luce, composto por dois tectos enormes em vidro que aumentam a qualidade de vida a bordo, através da luminosidade que permite que entre no habitáculo. Uma chamada de atenção para uma curiosidade, o assistente de condução que não só avisa que estamos a invadir outra faixa, como corrige suavemente a direcção do Delta, pondo-o nos carris de novo.



Condução

O conforto e a classe acima de tudo, este poderia ser o lema do Delta. A suspensão apresenta uma taragem suave, e propícia a andamentos calmos e relaxados, digerindo bem as irregularidades do piso sem muitos queixumes. Bem instalados nos bancos confortáveis, é um carro a saborear em família, com ausência de ruídos e apenas uma música suave em pano de fundo… A nossa unidade é um 1.4Tjet a gasolina que debita 150cv, e apresenta uma velocidade máxima de 210Kmh que atinge com facilidade sem ruídos de maior, sendo que se conseguem imprimir velocidades de cruzeiro elevadas auxiliados pelo Cruise-control e com consumos surpreendentes para o nível de performance presente, com andamentos mistos, rápidos, cidade e alguns momentos de puro relax ao volante, conseguimos uma média de 8L/100 que é muito bom para os tipos de andamento imprimidos. As únicas críticas que podemos fazer são à direcção e de certa forma à taragem de suspensões, no segundo caso, é um defeito que advém de uma virtude que o Delta apresenta, que é o conforto, mas em estradas sinuosas é algo incomodativo o balancear da carroçaria. Já a direcção apresenta-se algo filtrada e leve, talvez até demais por vezes peca por não informar do que se passa de facto com as rodas da frente. Mas nos opcionais do Delta há uma resposta para estes dois defeitos, é a suspensão activa, com um custo próximo dos 800€ será uma ferramenta útil para os chefes de família que apreciam uma condução mais despachada!

Veredicto

O Delta é um familiar hatchback, confortável, despachado, espaçoso e o feel-good factor está em grande, porque sente-se que foi feito para agradar o proprietário. Esta motorização Tjet cumpre e tem tempo até para surpreender com muita raça e força, embora se se tentar explorar a fundo, os consumos sobem em igual proporção ao gozo que se extrai da condução. É um carro honesto, que fará a delícia dos saudosistas da velha Lancia, mas de olhos postos no futuro… E caro leitor por cerca de 23000€ na versão base, passa a ter: “ O poder para ser diferente”!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Teste virtual -- Abarth 500

Abarth 500 “Escorpiãozinho”

Fomos conhecer, o modelo mais pequeno da gama da nova Abarth. Herdeiro de uma dinastia de sucesso, será que o Abarth 500 tem o que é necessário para fazer ressurgir o espírito Abarth!?



Estética

Este é um dos pontos onde a Abarth mais apostou, o 500 tem um aspecto delicioso e a facilidade com que atrai olhares, diz-nos que a marca italiana do Grupo FIAT acertou em cheio. Durante o tempo que tivemos o Abarth às nossas ordens, por mais que uma vez, ao chegar junto do carro tínhamos algumas pessoas paradas a admirá-lo, pois este tem um aspecto, agressivo e, ao mesmo tempo, fofinho. As jantes de 17’’, os autocolantes e o kit estético fazem-no parecer um brinquedo de corridas, em que tudo casa na perfeição. Todas as pessoas que tiveram contacto com ele não lhe conseguiram ficar indiferente, pois este apela a quase todos os sentidos.



Interiores

Ao abrirmos a porta e assim que assumimos a posição de condução, percebemos que a Abarth preocupou-se em tornar o condutor o centro de tudo, o volante com uma boa pega e a colocação perfeita do comando da caixa só melhoram esta sensação. Bem equipado e com uma grande variedade de itens de personalização, o piccolino pode-se assumir como um discreto pequeno desportivo, ou como um garrido escorpiãozinho, apenas depende do nosso gosto e vontade. A qualidade de materiais é boa para o segmento onde se insere, a montagem de bom nível e a ausência de ruídos parasitas confirmam que houve um salto de gigante neste capítulo nos carros italianos desta classe, desde o bater abafado das portas, bem como os pormenores em pele com os pespontos vermelhos, revelam a preocupação que houve não em fazer um desportivo puro e duro, mas um carro versátil, utilizável e com quatro verdadeiros lugares. Temos de fazer uma chamada de atenção para a qualidade dos assentos e da respectiva pele que equipava a nossa unidade, muito bom mesmo. O nível de equipamento é de muito bom nível.





Condução


Ao comprar o 500 Abarth estamos a comprar dois carros pelo preço de um, e tudo isto está explicado num pequeno botão negro no meio do tablier, o botão SPORT, que torna o querido e fofinho citadino italiano, num pequeno desportivo assanhado!
Desde já posso afiançar que comparar o Fiat 500 ao Abarth 500 é como comparar um pimento com uma malagueta, e penso que é suficiente para se perceber como é grande a diferença, embora no modo normal, seja um carro calmo e simples, que até nos diz como conduzir economicamente (indicando quando se deve trocar de mudança), com a direcção leve, o acelerador dócil e apenas a suspensão mais dura, o que torna o carro algo saltitão, denunciam que estamos num carro com pretensões desportivas, mas faz parte do feitio dele… Ao premirmos o botão SPORT, a direcção fica com o peso ideal e o acelerador assume uma postura de resposta mais imediata e sensível, sendo que a reacção ao pisar decidido do acelerador é infinitamente melhor!!!
A inserção em curva é decidida e com o TTC ligado podemos abusar.
Em termos de consumos, o nosso ensaio registou uma média de 7.5-8L/100, o que é excelente para os andamentos imprimidos.
Em termos de ajudas à condução o 500 vem com: ABS+EBD, ESP+ASR, MSR, HBA, TTC e Hill Holder.
O melhor ficou para o fim e temos assim de referir o som do escape como o melhor dentro deste bombom, é algo racing, encorpado nunca tinha ouvido um 1.4 com este tom de voz, faz-nos sentir envolvidos por uma atmosfera especial, a atmosfera Abarth




Veredicto

Para finalizar temos de mencionar o preço… 23.600€. Pode parecer muito se olharmos só para o tamanho do 500, mas esta não é uma compra puramente racional, tem muito de paixão no processo e pelo preço pedido muitos poucos carros transmitem tanto. E estamos a falar de uma marca, que só fará desportivos ostentando o brasão de uma equipa de ralis e podem esperar um leve travo a competição no comportamento deste pequenito avião.
Em suma, este não é um carro perfeito, pois deve ter alguns defeitos, que são mais consequência do seu feitio, mas é um regresso em grande da Abarth. A velha escola italiana dos pequenos desportivos, plenos de detalhes deliciosos e envolventes, que levam a condução a um nível mais espiritual, quase como um rito, pleno de sons, sensações e não apenas a deslocação de A – B, nem de segundos ou quilómetros hora. A vontade é de não parar de conduzir…

Teste virtual -- Alfa Romeo Mito 1.6JTDm

Alfa Romeo Mito 1.6 JTDm Distinctive “O Mito Alfa Romeo”

O Mito representa para a Alfa Romeo, a reentrada no segmento B Premium, onde muito provavelmente só tem um adversário, o Mini da Bmw. A Alfa não teve complexos em assumir que de facto o Mini seria o “alvo a abater”, mas no fundo o que a Alfa Romeo fez, foi mais que um anti-Mini, é um carro que tem todo os genes Alfa, e basta olhar para ele, para perceber que vem da casa de Arese, venha connosco descobrir este carrito apaixonante.

Estética

Confesso que desde as primeiras fotos, não me rendi à estética do Mito, e por vezes até me custava a aceitar que de facto era um Alfa Romeo, é daqueles carros misteriosos que em foto não funciona tão bem, mas ao vivo, é um deleite de apreciar todos os pormenores que o tornam num Alfa, e o distinguem do Grande Punto com o qual partilha a plataforma, aliás um ao lado do outro e facilmente se percebe a origem generalista do GPunto, e a diferença do seu primo Premium. Desde o Scudetto da Alfa, as grelhas e faróis semelhantes ao exclusivo 8c, até à minimalista traseira onde pontuam os dois farolins redondos o Mito é feito de suaves linhas arredondadas, quase assumindo o perfil de um Coupé compacto dada a pouca superfície vidrada. Uma nota positiva para os vidros da frente que são desprovidos de molduras, é um ponto extra para o pequeno de Milão.



Interiores

Os interiores do pequeno Mito, são uma agradável surpresa, a consola central, onde pontuam o rádio CD, e os comandos do AC automático apresentam bons materiais, bem como as portas e a zona superior do tablier, com um tecido a imitar a fibra de carbono, que resulta muito bem, em combinação com a cor branca que a nossa unidade ostentava, sendo que apenas nos merecem críticas os plásticos na parte superior das portas, e as zonas não forradas a tecido na parte superior do tablier. As saídas da ventilação continuam a ser ao velho estilo Alfa, circulares, com duas aletas para direccionar o fluxo. A posição de condução é excelente, o comando da caixa de seis velocidades encontra-se no sítio perfeito, e o volante perfeitamente centrado com o banco do condutor. No banco traseiro surge a grande diferença para o rival do Mito, o banco traseiro é espaçoso o suficiente para dois adultos se sentarem sem constrangimentos, sendo que a mala só peca por ter um acesso muito alto, mas tem 270 litros um valor normal para o segmento.



Condução

Não devo errar por muito, se disser que este Mito 1.6 JTDm, é o carro a diesel mais divertido de conduzir com um preço abaixo dos 25000€. Porque de facto tem uma dinâmica que não envergonha o passado da marca. Embora a suspensão também não consiga digerir muito bem zonas com pisos mais degradados, assim que a qualidade do piso melhora, e começam a surgir zonas sinuosas, chega a altura do Mito brilhar. Como equipamento de série todos os Mito têm o sistema DNA, que permite seleccionar três combinações de direcção, resposta do motor e os auxiliares de condução, a posição que interessa conhecer é a D, sendo que assim que a experimentar, só por esquecimento utilizará as outras opções, porque cada vez que se desliga o Mito, ele assume o modo N por defeito. Mas voltando ao modo D, funciona como modo desportivo, a direcção torna-se mais pesada e informativa, o acelerador mais sensível e o autoblocante electrónico que assume as rédeas dos cavalos, auxiliando a colocar estes no chão com mais eficácia. Nada nos prepara para a condução deste carrito simpático, porque esperamos um carro com aspecto perigoso, mas que na prática não seja nada de especial, nada mais errado, quer seja pela decisão com que o Mito entra nas curvas e mantém a estabilidade, incitando-nos a atrasar travagens, corrigir trajectórias, tudo com um envolvimento inesperado. Um ingrediente importante para este resultado é o motor 1.6JTDm, com ele os níveis de adrenalina sobem para picos que não esperaríamos atingir neste carro, a resposta assume um carácter explosivo, em qualquer relação, mas principalmente em 3ª/4ª e por volta das 2000rpm, somos positivamente colados ao banco, com uma descarga inesperada de potência, mas que fará as delícias dos mais afoitos, embora tal não signifique consumos desmedidos, a média geral do nosso ensaio, quedou-se pelos normais 6.8L/100.

Veredicto

Realmente, e baseando-me na minha experiência de uns largos kms ao volante deste Mito, ele assume um carácter urbano acima de tudo, pelas dimensões bem como pela forma como se desenvencilha do trânsito. Não é liquido que apenas se possa bater com o Mini, pode enfrentar, os novos Coupés de três portas que são a moda no segmento C, porque ao conceito Mini acrescenta a versatilidade do espaço extra que apresenta. Esta versão 1.6JTDm apresenta uma relação estilo/preço/performances/consumos de bom nível, e um espírito irreverente que já faz parte do Mito, é o novo “enfant térrible” do segmento B, que concerteza vai apaixonar muitos condutores.

Teste virtual -- Audi A3 1.8 T

Audi A3 Cabrio 1.8T – O A3 em bikini

Nesta edição fomos conhecer o Audi A3 Cabrio na sua versão base. Sendo uma versão mais divertida do sério e conservador A3, este carro quer-nos provar que o A3 também pode ser irreverente e divertido.
Estética

Mantendo a zona frontal do A3 normal, a versão cabriolet, marca a diferença, pela zona traseira, assumindo um “mini-terceiro volume” e obviamente a capota em lona, indo contra a moda actual dos tectos CC. O desenho é agradável, sólido e desportivo ao mesmo tempo, sem grandes surpresas em relação ao Hatchback, não que isto seja negativo, é sim a “maneira Audi”.

Interiores

Os interiores são idênticos à versão normal do A3, as alterações surgem ao nível do banco traseiro, com um banco para dois ocupantes, e os encostos de cabeça integrados nos arcos de protecção traseiros. Ao nível de materiais, a qualidade domina e ao nível da montagem surge o rigor como pedra de toque, sendo que a ergonomia é excelente e a facilidade de utilização de todos os comandos está num bom nível, quase que nem é necessário consultar o manual de utilização para operar todos os comandos de forma intuitiva! O banco traseiro transporta dois adultos sem grandes problemas e o acesso é correcto, como seria de esperar a mala não é enorme, e cumpre com o que seria de esperar neste tipo de carro. Nota positiva para os excelentes bancos e a pele que os revestia, melhorando o aspecto do interior.

Condução

O sentimento, relativo à condução deste pequeno cabrio pode ser encarado de duas formas. Se tentarmos adoptar a postura desportiva, o A3 desiludirá de alguma forma, a suspensão é suave demais, a direcção não tem o feeling correcto nem a precisão necessária, mas aqui o problema é nosso e não do carro, mas mesmo assim e no limite consegue ser bastante vivaço e engraçado. Se adoptarmos a postura de passeio, o carro é simplesmente perfeito, o motor é cheio, a caixa é precisa simples e suave de utilizar e tudo passa a fazer sentido, e é um prazer circular de capota aberta desfrutando de calmos passeios, sem que o motor se faça ouvir, e apenas sentimos o fluxo suave de potência e sempre são 160cv que temos ao nosso dispor, e quando é para andar depressa o A3 cabrio diz sempre “presente”!
A capota é tão simples de operar como um vidro eléctrico, e muito rápida, fruto de um sistema simples, e aqui a Audi optou bem pela capota em lona, porque é um sistema leve, permite manter o peso baixo do conjunto.

Veredicto

O A3 Cabrio segue o desafio do Bmw série 1 Cabrio, mantendo a capota de lona, sendo duas das poucas ofertas “puristas” neste capítulo. O A3 é bastante capaz mesmo como primeiro carro, confortável, bem equipado e com um preço convidativo para o que oferece, o pequeno Audi dá prazer de descobrir e não nos desilude em nenhum campo, sendo que marca pontos em todos os sectores… No computo geral é tudo o que se esperaria de um cabrio compacto feito pela Audi, qualidade, requinte e imagem em alta, tudo num embrulho muito bem conseguido.

Teste virtual -- Audi TT roadster 2.0 TFSI

Audi TT Roadster – “Vorsprung Durch Technic”

Que título estranho, não!? Simplesmente é o lema da Audi, e depois de uns dias ao volante da última geração do TT Roadster, faz todo o sentido. Traduzindo para português, será algo como: “Progresso através da tecnologia” e que belo progresso…

Estética

Tendo como ponto de partida um modelo que era praticamente uma cópia de um protótipo de salão, o TT nunca será um carro banal ao nível estilístico, é um daqueles carros que se decide rápido, ou se ama ou se odeia, eu alinho na primeira equipa. O TT na nova geração, assume-se como volumoso, largo e musculado, mas onde o primeiro era muito masculino e rude, este é polido, e algo feminino, se fosse uma mulher seria uma velocista dos 100 metros, mas bonita.

Interiores

O interior do Audi TT é feito de contrastes, à primeira vista poderia parecer algo acanhado e de certa forma claustrofóbico, devido à altura das portas e os bancos estarem muito embaixo, mas assim que nos sentamos a percepção muda e existe muito espaço para duas pessoas. Em termos de materiais e acabamentos é o nirvana, tudo é perfeito, reencontramos as saídas de ventilação do TT 1, os bancos são excelentes de olhar e usar, o volante tem a pega perfeita e existem alguns esconderijos, muito úteis num carro sem tecto. Uma palavra para a capota, de uma execução perfeita com forro “soft-touch”.

Condução

Este é um dos pontos onde os roadster têm de marcar muitos pontos, e neste caso o TT marca-os de forma inesperada. A nossa unidade vinha munida de um 2.0 turbo de injecção directa, sendo que a caixa de velocidades, é uma S-tronic com comandos no volante.
O TT deixa-se guiar com muita facilidade, no modo automático podemos gozar o passeio, deixando o carro gerir as passagens de caixa sem sobressaltos, naqueles momentos em que queremos pôr à prova este “roadster de alumínio” assumimos nós a gestão da caixa, e podemo-nos pôr na pele do Lewis Hamilton usando as patilhas para trocar de mudança, com uma rapidez que me convenceu desde o primeiro instante. O motor TFSI, tem uma voz grossa e rouca é como se tivéssemos o Louis Armstrong a cantar as notas do motor, é bastante agradável ouvir este 2.0 a gritar, e a resposta é nada mais que fulgurante, leva-nos de A a C sem passar pelo ponto B tal a “violência” culpa do binário omnipresente, mas tem a vantagem de quando é para andar devagar nunca o faz em esforço, e há sempre força disponível para tudo. De capota aberta e com todos os vidros, incluindo o corta vento para cima podemos andar a acima dos 100Kmh sem nos sentir-mos incomodados pelo vento, mas preparem-se para se tornarem o centro das atenções, porque se fechado o Roadster é bonito, em aberto é simplesmente lindo!

Veredicto

Como se percebe, rendi-me ao TT, pela forma como se deixa explorar, é a síntese do roadster moderno. Anda muito depressa sem pôr o condutor em apuros, e é tudo muito fácil e agradável, com muito rigor e ciência na mesma proporção em que aplica emoção e coração. Fazendo a analogia, há os roadster que são sapatos de salto alto, outros que são ténis, o TT será a mais evoluída das sapatilhas de corrida, feito em materiais avançados e com tecnologia avançada, para mim está no ponto!

Teste virtual -- Abarth Grande Punto SS

Abarth Grande Punto esseesse – “Especial de corrida”

O termo “especial de corrida” era a tradução de homologation special, e designava os carros que as marcas tinham de produzir, em números normalmente limitados, afim de cumprirem os regulamentos para poderem homologar a partir de um carro de estrada, uma versão de competição de topo. Entre estes surgiram imensos carros inigualáveis ao nível da forma como no conteúdo como: Lancia Delta Integrale, Clio Williams, Renault 5 Turbo II, Ford RS200,
Peugeot 205 T16, entre outros… O automóvel que vos apresentamos nesta edição, poderia muito bem ser o “especial de corrida” do Abarth Grande Punto S2000, que milita no IRC, mas não é, mas não deixa ter um travo muito forte a competição, se calhar forte demais para alguns…

Estética

Olhando para o Abarth Grande Punto, ainda por cima sendo a versão esseesse, que acrescenta à versão base: molas especiais, filtro de ar, turbo maior, kit de travões majorado, jantes de 18’’ e uma reprogramação de centralina mais agressiva, é difícil não perceber o que este carro pretende ser. Suspensão ultra-baixa, faixas Abarth, jantes 18’’, maxilas de travões vermelhas brembo, discos perfurados, os alargamentos de guarda-lamas bem como os pára-choques mais volumosos e agressivos, é um carro que não visa a beleza em primeiro lugar, embora seja portador de uma beleza desportiva acima de tudo, a agressividade latente, não será do agrado de todos, mas não deixará ninguém indiferente. No seu segmento, é o mais próximo em termos de aspecto, ao carro de ralis em que se inspira, para nós marca muitos pontos ao assumir esta posição.




Interiores

O espaço interior é amplo, embora projectado pela Abarth como um desportivo sério, o Grande Punto assume-se pela sua forma como um utilitário, e tem cotas de habitabilidade muito boas, há bastante espaço no banco traseiro, para transportar dois adultos de estatura considerável e a mala não desilude. Não vamos perder muito tempo a falar de plásticos ou de falhas de montagem, porque não é verdadeiramente o que mais interessa neste carro, embora os estofos em pele, e as verdadeiras baquets com que vem equipado o Abarth, sejam um grande auxiliar para a condução mais aguerrida, há alguns materiais de qualidade inferior, mas também há muitos que são um regalo para a vista, mas no fundo, não será este o motivo que nos levará a comprar este carro, o motivo vem já a seguir.

Condução

Sinceramente, por muitos adjectivos superlativos que conheça, a descrição que faço de seguida da experiência de condução, não fará jus ás emoções que o Abarth GPunto transmite. Desde o trabalhar com voz grossa, devido ao trabalho de escape, à posição de condução, mesmo antes de arrancarmos, já sabemos que vamos explorar algo de muito especial. Os pedais e todos os comandos têm o peso ideal, um aplauso tem de ser dado à direcção, tem um peso excelente, é informativa e dá uma sensação constante de nervosismo que é positivo e salutar neste carro. Ao sabermos das capacidades do Abarth, principalmente os 180cv num “utilitário” partimos à exploração dinâmica…
Desde os primeiros momentos, sentimo-nos muito seguros, e confortáveis ao volante deste puro-sangue italiano parece que estamos a vestir o carro, tal o nível de informação e a forma como vamos positivamente encaixados na baquet ajuda a sublimar esta sensação. O Abarth incita-nos a andar depressa, ao descrevermos as primeiras curvas, sentimos que estamos num carro dinamicamente superior, e digo sem complexos que será na actualidade e no segmento senão a referência, algo muito próximo de o ser, pois à medida que vamos tendo a noção da “arma” de que dispomos, os sorrisos vão aumentando de frequência, e a vontade de não parar de conduzir, é algo que toma conta de nós, é a febre da velocidade que nos chama . O motor do Grande Punto Abarth, é um 1.4 litros turbocomprimido de 155cv, sendo que na “nossa” versão, é esticado até aos 180cv, a tentação de esmagar o acelerador contra a chapa na primeira recta é forte, para aferirmos se a tradição turbo dos “antepassados” do Abarth se mantem, e as explosões progressivas de energia, são um regalo de sentir, as curvas são devoradas com facilidade, dando a sensação de quanto mais rápido andamos, mas aderência o Abarth gera a partir dos generosos pneus.



Veredicto

Temos carro!!! E que senhor carro… O apelo à condução é constante, as sensações embora que ajudadas pela electrónica, são puras, a comunhão homem-máquina-condução-cumplicidade está em alta, mais que um carro o Grande Punto Abarth esseesse é um companheiro de brincadeira, que faz tudo para fazer o seu dono feliz, e é rápido, muito rápido, mas não fica só contente por ser rápido, como faz questão de mostrá-lo quer seja pela sonoridade bem como pelo colar condutor e passageiros aos bancos como nos bons velhos tempos, é um bruto… Mas um bruto com bom coração… Bravo Abarth!