terça-feira, 7 de abril de 2009

Teste virtual -- Abarth Grande Punto SS

Abarth Grande Punto esseesse – “Especial de corrida”

O termo “especial de corrida” era a tradução de homologation special, e designava os carros que as marcas tinham de produzir, em números normalmente limitados, afim de cumprirem os regulamentos para poderem homologar a partir de um carro de estrada, uma versão de competição de topo. Entre estes surgiram imensos carros inigualáveis ao nível da forma como no conteúdo como: Lancia Delta Integrale, Clio Williams, Renault 5 Turbo II, Ford RS200,
Peugeot 205 T16, entre outros… O automóvel que vos apresentamos nesta edição, poderia muito bem ser o “especial de corrida” do Abarth Grande Punto S2000, que milita no IRC, mas não é, mas não deixa ter um travo muito forte a competição, se calhar forte demais para alguns…

Estética

Olhando para o Abarth Grande Punto, ainda por cima sendo a versão esseesse, que acrescenta à versão base: molas especiais, filtro de ar, turbo maior, kit de travões majorado, jantes de 18’’ e uma reprogramação de centralina mais agressiva, é difícil não perceber o que este carro pretende ser. Suspensão ultra-baixa, faixas Abarth, jantes 18’’, maxilas de travões vermelhas brembo, discos perfurados, os alargamentos de guarda-lamas bem como os pára-choques mais volumosos e agressivos, é um carro que não visa a beleza em primeiro lugar, embora seja portador de uma beleza desportiva acima de tudo, a agressividade latente, não será do agrado de todos, mas não deixará ninguém indiferente. No seu segmento, é o mais próximo em termos de aspecto, ao carro de ralis em que se inspira, para nós marca muitos pontos ao assumir esta posição.




Interiores

O espaço interior é amplo, embora projectado pela Abarth como um desportivo sério, o Grande Punto assume-se pela sua forma como um utilitário, e tem cotas de habitabilidade muito boas, há bastante espaço no banco traseiro, para transportar dois adultos de estatura considerável e a mala não desilude. Não vamos perder muito tempo a falar de plásticos ou de falhas de montagem, porque não é verdadeiramente o que mais interessa neste carro, embora os estofos em pele, e as verdadeiras baquets com que vem equipado o Abarth, sejam um grande auxiliar para a condução mais aguerrida, há alguns materiais de qualidade inferior, mas também há muitos que são um regalo para a vista, mas no fundo, não será este o motivo que nos levará a comprar este carro, o motivo vem já a seguir.

Condução

Sinceramente, por muitos adjectivos superlativos que conheça, a descrição que faço de seguida da experiência de condução, não fará jus ás emoções que o Abarth GPunto transmite. Desde o trabalhar com voz grossa, devido ao trabalho de escape, à posição de condução, mesmo antes de arrancarmos, já sabemos que vamos explorar algo de muito especial. Os pedais e todos os comandos têm o peso ideal, um aplauso tem de ser dado à direcção, tem um peso excelente, é informativa e dá uma sensação constante de nervosismo que é positivo e salutar neste carro. Ao sabermos das capacidades do Abarth, principalmente os 180cv num “utilitário” partimos à exploração dinâmica…
Desde os primeiros momentos, sentimo-nos muito seguros, e confortáveis ao volante deste puro-sangue italiano parece que estamos a vestir o carro, tal o nível de informação e a forma como vamos positivamente encaixados na baquet ajuda a sublimar esta sensação. O Abarth incita-nos a andar depressa, ao descrevermos as primeiras curvas, sentimos que estamos num carro dinamicamente superior, e digo sem complexos que será na actualidade e no segmento senão a referência, algo muito próximo de o ser, pois à medida que vamos tendo a noção da “arma” de que dispomos, os sorrisos vão aumentando de frequência, e a vontade de não parar de conduzir, é algo que toma conta de nós, é a febre da velocidade que nos chama . O motor do Grande Punto Abarth, é um 1.4 litros turbocomprimido de 155cv, sendo que na “nossa” versão, é esticado até aos 180cv, a tentação de esmagar o acelerador contra a chapa na primeira recta é forte, para aferirmos se a tradição turbo dos “antepassados” do Abarth se mantem, e as explosões progressivas de energia, são um regalo de sentir, as curvas são devoradas com facilidade, dando a sensação de quanto mais rápido andamos, mas aderência o Abarth gera a partir dos generosos pneus.



Veredicto

Temos carro!!! E que senhor carro… O apelo à condução é constante, as sensações embora que ajudadas pela electrónica, são puras, a comunhão homem-máquina-condução-cumplicidade está em alta, mais que um carro o Grande Punto Abarth esseesse é um companheiro de brincadeira, que faz tudo para fazer o seu dono feliz, e é rápido, muito rápido, mas não fica só contente por ser rápido, como faz questão de mostrá-lo quer seja pela sonoridade bem como pelo colar condutor e passageiros aos bancos como nos bons velhos tempos, é um bruto… Mas um bruto com bom coração… Bravo Abarth!

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