segunda-feira, 27 de abril de 2009

Teste Virtual – Peugeot 107 1.0i 5p Trendy

Teste Virtual – Peugeot 107 1.0i 5p Trendy “A ferramenta para a cidade”

O Peugeot 107 faz parte de um trio (C1/Aygo/107), que saiu da parceria PSA (Peugeot/Citroen) com os nipónicos da Toyota. O 107 é a interpretação da Peugeot do segmento A, ou seja a forma mais pequena e básica da interpretação do automóvel de passageiros, e aqui o básico não tem nenhum sentido pejorativo, é mais um automóvel “descomplicado” e simples apenas com o propósito de ser o mais leve e prático, ocupando o mínimo de espaço e poluindo o mínimo indispensável.

Estética

O 107 é um daqueles carros que nos faz sorrir ao olharmos para ele. A própria frente do carro, exibe um enorme sorriso de volta, com um pára-choques volumoso, de resto o 107 parece ter um perfil de monovolume, a frente é bastante compacta, a traseira é cortada a direito, com a original tampa da mala em vidro. O desenho do 107 é bastante engraçado, tem um ar encorpado, e com alguns detalhes Peugeot, os faróis e a grelha por exemplo, dão aquele ar felino típico dos carros da marca francesa. Uma nota para as portas traseiras, se eliminarmos o puxador da porta traseira, o 107 fica com o desenho idêntico à versão de 3p, e isto está relacionado com um pormenor dos interiores, que nunca tinha visto num carro de 5p, que depois revelo na secção dos interiores. Mas fica aqui a nota positiva relativo ao item estética, mesmo que a nova barra cromada inserida na grelha seja algo excessiva, mas conjugada com certas cores, até fica engraçada.

Interiores

Os interiores do 107 têm um sabor a diversão, tem muitos locais de arrumação embora nenhum deles com tampa, as portas exibem orgulhosamente grandes quantidades de “chapa” com a cor da carroçaria dando outra vida ao ambiente a bordo, a qualidade dos materiais é o que se esperaria neste segmento, plásticos duros mas bem montados, o 107 não desilude na qualidade de vida a bordo. Os bancos dianteiros têm um aspecto, tipo baquet integrando o encosto de cabeça embora merecessem um pouco mais de apoio lateral, os comandos da ventilação são compostos por um cilindro branco, com duas hastes de regulação de fluxo e temperatura do ar, com uma disposição original e de noite tem um efeito giro. A versão testada, vinha equipada com AC, auto-rádio com entrada para leitor de MP3, fecho central com comando na chave, direcção assistida eléctrica, ABS e air bags frontais e laterais.
O painel de instrumentos, é simples, contendo uma série de luzes avisadoras, o velocímetro, e o conta-rotações acima deste numa haste, e em posição de destaque, dando mais uma pincelada de originalidade ao interior do pequeno leão.
Em termos de habitabilidade, é correcta, os bancos traseiros vêm já com o sistema ISOFIX, e a cadeira para os infantes cabe sem problemas de maior, o 107 será sempre um carro para 4 adultos e diga-se de passagem com pouca bagagem, a mala é suficiente para um fim-de-semana a dois, ou para uma ida às compras, mais do que isso já será necessário rebater os bancos, e aí o rebatimento 50/50 dá muito jeito.
É verdade, o tal pormenor que nunca tinha visto num carro de 5p, prende-se com o sistema de abertura dos vidros traseiros, que abrem em compasso, a exemplo do que se verifica na maioria dos carros de 3p, é apenas um pormenor, mas mostra como é prático e simples. O 107 tem o “descomplicómetro” no máximo!

Condução

Desde o quilómetro 0, o 107 induz uma sensação de facilidade e leveza, os comandos são leves e simples de operar, a caixa é precisa e os pedais têm a resistência certa para serem operados vezes sem conta no tráfego urbano. O ruído do tricilindrico 1.0 de 58cv faz-se ouvir dentro do habitáculo, mas nunca se torna incomodativo demais e aproveitando o facto de estar a falar do motor, este 1.0 tem algum nervo, ok não é nenhum desportivo, mas é espevitado e consegue meter o 107 a velocidades acima do limite legal com uma facilidade de certa forma surpreendente, e a faixa óptima deste motor encontra-se nos médios regimes ao contrário do que se poderia esperar, mas como seria de esperar a alta velocidade a estabilidade e sensibilidade a ventos laterais faz-se sentir.
Em termos de consumos e durante o nosso teste o valor ficou próximo dos 5,3L/100kms, com algum trânsito urbano e auto-estrada pelo meio, e as emissões deste carrinho situam-se nos 106g/km de Co2, um valor dos mais baixos para um “carro a gasolina convencional”.
Em termos de comportamento, o 107 é bastante seguro e previsível, em curva segura-se bem tendo em conta a quantidade de borracha de que dispõe, e a tal leveza de que falava, torna-o perfeito para serpentear pela cidade fora entre o trânsito, e devido ao tamanho reduzido, pode ser arrumado em virtualmente qualquer lugar!

Veredicto

O 107, tem muitas virtudes, e cumpre todos os objectivos a que se propõe, o de ser a tal ferramenta básica para atacar a cidade. Apresenta consumos baixos, facilidade de condução, baixas emissões, versatilidade e habitabilidade correctas e a tal alegria que transmite, não sendo mais um utilitário cinzento, mas tendo sempre um sorriso rasgado! À medida que as cidades vão crescendo, carros como o 107 vão fazendo mais sentido, e com um PVP da versão base a rondar os 10500€ para esta versão de 5p e de 8990€ para o 3p, é uma boa forma de entrar no mundo motorizado de 4 rodas.

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