segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Teste Virtual – Peugeot 308CC 2.0 HDI SPORT


Peugeot 308CC 2.0 HDI SPORT – “Joie de vivre”

Por Fora

E mais um cabrio para juntar à lista… Devo confessar que o 308CC tem a terefa facilitada pelo menos num campo, o da estética. Nunca gostei muito do 307CC, por isso para o 308 ultrapassar o seu antecessor até seria fácil, mas ele não só o supera como se coloca juntamente com o Eos nos mais bonitos do segmento, sendo que o Peugeot tem mais alguma irreverência e pureza no design.
A imagem de família encontra-se na frente, a grelha é típica da Pug, com uma dimensões mais que generosas, e os faróis com aquele formato triangular, rasgado seguindo a direcção dos guarda lamas frontais. Consigo ver perfeitamente a frente do futuro RCZ decalcada deste 308cc.
Da frente para a traseira, quase que o 308CC assume um perfil de dois volumes, quase não havendo quebra entre o primeiro e segundo volumes, e a forma como a linha do tejadilho “viaja” para a traseira é bastante inspiradora… Ao contrário do anterior a traseira deste carro é muito bela, os farolins que no anterior eram algo estranhos e o restante da traseira era algo “morta”, neste novo, a cor branca com efeito pérola ajuda imenso, contrastando com o negro dos “extractor” e o vermelho dos farolins, bem colocados nos extremos, seguindo a direcção da lateral…
Este carro, branquinho quer esteja aberto ou fechado, gosta muito de chamar à atenção, quase como uma Carolina Patrocínio em formato de carro…

Por dentro…

Os interiores do CC são muito felizes, transmitem uma sensação de qualidade, e com um design perfeito. O maior cabrio da Peugeot, presenteia-nos com umas baquets nos lugares da frente, que nos proporcionam uma posição de condução perfeita, desportiva e com bastante apoio lateral, mesmo que este nunca venha a ser utilizado, ao menos está lá. O volante de três braços tem a posição perfeita em relação ao banco e existem regulações em profundidade e altura que ajudam a compor uma posição de condução bastante desportiva mesmo.
Aqui abro um parêntesis, porque a posição de condução acaba por diferenciar o 308 Cabrio dos restantes, como tem uns bancos diferentes, estes acabam por contribuir para a sensação de contacto com o carro, e acabam por nos colocar quase como parte do mesmo, algo que não se sente nos outros companheiros de segmento, por partilharem mais coisas com as berlinas, acabamos por nos sentir ao comando de uma berlina sem tecto, e aqui no Pug, as coisas são um pouco diferentes para melhor.
Assim como não encontramos um dos defeitos que menos gosto na Peugeot, que é a profusão de botões na consola, aqui as coisas estão bem melhores mesmo, e o preto piano, fica mesmo bonito neste interior… Nota positiva para a qualidade empregue na execução deste interior, qualidade percepcionada leia-se já que a outra é mais complicada de medir.
O interior é algo espaçoso, não há problemas em instalar cadeiras para crianças nos bancos traseiros, e como o miúdo adora andar de cabelos ao vento!
A capacidade da mala é muito boa em formato coupé, e de difícil acesso em formato cabrio… É um defeito frequente neste formato.

Ao volante

Ermmm Cabrios a diesel… Pois digamos que é algo que me fazia alguma confusão, aliás era um dos opositores desta fórmula, mas no conceito CC que é do Cabrio para todo o ano, um motor diesel por vezes torna-se uma necessidade. E já que é para ser a Diesel ao menos que venha o 2.0HDI 140cv, e cá está ele!
Ora bem primeiro o que é excelente e depois o que é bom…
A base do 308CC é das melhores que se pode ter pelo menos para a brincadeira, e aqui continua dinâmico e bom para curvar de forma mais agressiva, é daqueles que se tornam alegres por si mesmos, pelo pisar firmemente confortável, a frente obediente e decidida, e a traseira que vai seguindo tudo de primeira fila, sem reclamar muito e sempre bastante composta.
O motor HDI é competente e poupadinho, tudo bem que andei estes dias a sonhar com um V6 ou 2.0 ou mesmo um 2.5 a gasolina, mas o 2.0 140cv diesel não desilude é um motor sem poços nem zonas desfavoráveis, há ali um aumento de resposta por volta das 1800rpm e segue a puxar alegremente para lá das 4000rpm sem produzir muito ruído. Os consumos são uma agradável surpresa, os menos nervosos farão consumos abaixo dos 6L, mas eu pronto andei ali por volta dos 7, isto tem a ver com a facilidade com que ele imprime velocidade…
A direcção é leve e precisa, a caixa é 100% Pug, não tem um feeling mecânico, por vezes parece flutuar entre as mudanças e tem ali um ponto de resistência que por vezes acaba por resistir demais.
O CC fechado é um coupé autêntico, é como um tupperware com o seu fecho hermético, ruídos são quase inexistentes, e assim que se abre a tampa, os lugares da frente apresentam-se bem resguardados da deslocação do ar, visto estarmos bem envolvidos pelo pára-brisas.
Durante os dias que o tive, fui apelidado de “cabeleireiro”, “designer de interiores” e mais outras coisas desagradáveis, digamos que é um carro para homens sensíveis, porque é bonitinho demais para o gosto de um petrolhead.

Joie de vivre

É bom encarar este carro, com um carro capaz de fazer a lufa-lufa diária, trabalho, compras, ir buscar o miúdo à escola, passear romanticamente à beira mar… Isto tudo por um valor a rondar os 40mil €… Caro!? Penso que não, é um class-act este Pug, é um passo de gigante em termos dos cabrios franceses da geração anterior, materiais e completamente não há bugs (exceptuando os cintos que nos dão uma massagem aos ombros a velocidades mais aceleradas), a aproximação é tal que não sei como o Eos se sairia perante este novo adversário, quer dizer até sei, mas como também gosto do Eos não lhe vou fazer esta desfeita…
A alegria contagiante deste trabalhador, é um garante de bons momentos ao volante, e de termos carro para quase tudo…
É sempre assim, quando o meu filho faz muitas festinhas a um carro, acabo por gostar dele de uma forma ou de outra, mas não pensem que é desta que tiro o curso de cabeleireiro…

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